Os distúrbios alimentares têm sido cada vez mais frequentes na sociedade atual. Um estilo de vida cada vez mais sedentário, somado a um aumento constante na oferta de produtos alimentícios mais rápidos, práticos e menos saudáveis e o estresse psicossocial é o que mais tem contribuído para o surgimento dos distúrbios alimentares.
Nos últimos cinco anos a comunidade científica passou a colocar muito mais esforços para entender a relação entre o intestino e o cérebro, a qual foi dado o nome Gut-Brain Axis (Eixo intestino-cérebro). Ainda não se tem completamente esclarecida a interação desse eixo, porém, sabe-se que uma exposição a um ambiente estressante hiperestimula uma região do cérebro chamada de hipotálamo, e essa hiperativação aumenta o desejo por comidas mais calóricas e ricas em açúcares, que são chamadas de “comfort foods” (comidas confortantes), além de que esse estresse de forma crônica é capaz de alterar a microbiota intestinal e essa alteração, somada a uma má alimentação, piora ainda mais o quadro.
Portanto sim, o estresse influencia, e muito, a alimentação humana, podendo trazer diversos problemas como depressão, ansiedade, irritabilidade, síndrome do intestino irritável, dentre outros. Esses problemas ocorrem em diversos graus e em alguns casos, apenas uma intervenção alimentar, feita por um profissional capacitado e especializado em distúrbios alimentares, é capaz de solucionar o problema. Já em casos mais graves, há a necessidade de um acompanhamento psicológico e em casos extremos, uma intervenção medicamentosa, acompanhando o tratamento psicológico e nutricional se faz necessário. Assim, não tente de maneira alguma tratar um problema sem ajuda profissional especializada, pois tratamentos mal prescritos tendem a agravar ainda mais os problemas.