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Foto do escritorIsabelle Zanoni

Estresse em exercícios extenuantes pode levar a lesão

Não é de hoje que a busca pelo corpo perfeito é objetivo de jovens e adultos. Cada época da história com suas diferentes características e preferencias, mas sempre com uma constante: a busca pelo corpo perfeito. A indústria do fitness e o marketing de empresas se beneficiam disso e “vendem” saúde e beleza, lançando produtos e novas modalidades de exercício físico, com o fim de induzi-los a “fazer parte” de determinados grupos e a praticar exercício físico de forma constante.

Para atingirem o padrão, muitos indivíduos se sacrificam com dietas radicais e exercícios extenuantes, muitas vezes, sem respeitar seus próprios limites. Aliás, a mote é sempre o de superar os seus limites – mesmo que de forma não estruturada e inconsequente.

Devido ao modismo implantado, onde o padrão é ter um corpo magro e definido, os exercícios físicos passaram a ser extremamente usados com o objetivo de emagrecimento e aumento de massa muscular. Não é preciso ser um expert no assunto para deduzir que os exercícios efetuados, geralmente, com grande intensidade, duração e frequência, vão acabar provocando lesões após certo tempo. Planejamento e periodização de treino passam longe das recomendações dos famosos posts de “supere seus limites”.

Segundo artigo publicado na Revista Brasileira de Ciência e Movimento, os mecanismos que podem proporcionar as lesões musculares, possivelmente estão relacionados com a concentração dos íons de cálcio e com a própria mecânica do movimento, que muitas vezes é realizado repetidamente, já em estado de fadiga muscular e mental.

Há cada vez mais evidências demonstrando que as espécies reativas de oxigênio (ROS) são importantes mediadores em múltiplas formas de lesão do tecido. Algumas delas foram observadas em experimentos com animais, mas dão ótimos insights em relação ao que pode acontecer com humanos, como por exemplo:


(a) alterações na estrutura do músculo e em sua função, motivadas por deficiências alimentares de vitamina E e selênio, descritas em muitas espécies animais, e da sua semelhança com as alterações estruturais e fraqueza da musculatura;

(b) a elevação muscular de marcadores indiretos de degradação de lípideos, observado em animais de laboratório portadores de distrofias musculares;

(c) a peroxidação lipídica (processo através do qual os ROS capturam elétrons dos lípideos na membrana celular) do tecido muscular motivado pelo estresse oxidativo parece contribuir para as elevações de íons de cálcio no tecido, verificado nos animais susceptíveis a elevação da temperatura.


O que fazer então?


Além de buscar orientação de um educador físico sério, que possa lhe orientar em seu plano de treino, para reduzir riscos de lesão induzida pelo exercício inconsequente, de acordo com os pesquisadores Jackson & Edwards, em um artigo publicado em 1988, caso essas variações agudas de íons de cálcio sejam motivadas pela presença de ROS, elas poderão ser menores quando há presença de vitamina E. Uma alimentação balanceada, que inclua gemas de ovos, oleaginosas (amendoim, amêndoa, pistache, avelã e castanha-do-pará), óleos de azeite, milho e amendoim, grãos integrais e vegetais de folhas verdes (espinafre, couve e agrião) é a melhor pedida.

Referências

CLEBIS, N. KELLY. Lesões musculares provocadas por exercícios excêntricos. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v. 9 n. 4 p. outubro 2001

DUARTE, J. A. R. Lesões celulares do músculo esquelético induzidas pelo exercício fisíco, Portugal. Dissertação de Doutoramento em Clíncias do Desporto, especialidade Biologia do Desporto, Porto: Faculdades de Clíncias do Desporto e de Educação Fisíca, Universidade do Porto, 1993.

JACKSON. M.J.; EDWARDS. R.T.H. (1988): Free radicals, muscle damage and muscula r dystrophy. In: Reactive Oxygen Species in Chemistry. Biology, and Medicine. A. Quintanilha (Ed.), Plenum Press, New York, pp: 197-210.

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