É verdade que todo mundo quer se sentir bem, e alguma pessoas se sentem bem ao com corpo esteticamente perfeito, contudo a forma que tentam chegar a esses objetivos e a falta de orientações adequadas, tem feito com que indivíduos usem, abusivamente, substâncias que possam potencializar, no menor tempo possível, seus objetivos.
A obsessão pelo corpo perfeito e a dismorfia muscular, faz com que as pessoas façam mudanças na rotina e costumes, como na questão alimentar, alterando radicalmente a alimentação e tornando-a hiperproteica junto a diversos suplementos alimentares, principalmente daqueles à base de aminoácidos e proteínas.
Mas e ai, você sabe o que é um suplemento alimentar?
Nada mais são do que complementos alimentares, com objetivo principal de corrigir alguma deficiência. Podem ser acrescido de nutrientes essenciais (ex: vitaminas, minerais, aminoácidos), ou de outras substâncias que não sejam essenciais ao organismo (ex: ginseng, ginkgo, fitoterápicos).
Estes produtos são comercializados com variados propósitos, seja para prevenir ou tratar doenças, retardar o envelhecimento e até mesmo melhorar o desempenho físico e esportivo mas principalmente procurado e utilizado para aumentar a massa muscular, reduzindo a gordura corporal, aumentar a capacidade aeróbica e estimular a recuperação.
Atualmente possuem grande destaque entre a população, principalmente por frequentadores de academia, por serem considerados “produtos milagrosos”, com “resultados mágicos” em curto prazo, e que vem assegurando pseudo-qualidade nutricional contra dietas deficientes e/ ou mal elaboradas ou mesmo hábitos alimentares inadequados.
Infelizmente o consumo destes pelos frequentadores de academia, na maioria das vezes ocorre sem orientação médica ou nutricional e baseada em benefícios empíricos, fazendo com que esses tenham por vezes, alimentação hiperproteica, devido ao modismo e falta de informações e orientações adequadas.
Você sabia que proteína adicional não aumenta a força e melhora o desempenho físico?
“Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) e a Resolução RDC nº 18/2010, uma dieta balanceada conforme o que é recomendado para a população em geral, a não ser em casos especiais, é suficiente para a manutenção da saúde e para possibilitar bom desempenho físico de indivíduos que praticam exercícios de natureza não competitiva, o que dispensaria o uso de suplementos alimentares”.
Isso nada mais é do que uma crença popular antiga, a quantidade de proteína indicada para uma alimentação balanceada e regular já auxilia no desenvolvimento muscular durante o treinamento.
Na verdade o excesso de PTN pode além de trazer prejuízos ao bolso ($$$) trazer prejuízos também ao organismo pois o corpo passa a utiliza-la como fonte de energia ou armazena como glicogênio ou gordura além de aumentar a excreção de cálcio, aumenta o risco de osteoporose, sobrecarga no fígado e rins para a metabolização e excreção do nitrogênio excedente, além o risco de elevação do nível de colesterol sanguíneo.
Às vezes o suplemento nutricional se faz parte no plano alimentar, porém usado com consciência e muitas vezes com a finalidade de praticidade principalmente no transporte. Você vai observar que as suas doses também serão diferentes das que estão nas embalagens.
Precisamos de uma legislação mais rígida que não autorize a venda sem prescrição de médico ou nutricionista especializado, junto ao controle e auditoria nas ações digitais, de marketing de indústrias e pontos de venda que lançam e promovem cada vez mais produtos prometendo resultados imediatos/ “milagrosos”, podendo induzir o consumidor ao erro/ má interpretação.
Podemos dizer que esse tipo de vigilância é essencial, porque os usuários ainda se encontram mal informados acerca do conteúdo e consumo dos suplementos podendo combinar substâncias e/ou estabelecendo doses sem parâmetros confiáveis, assim como por não ter noção das conseqüências de uma ingestão inadequada já que a venda e a recomendação desses produtos são feitos na maioria das vezes por falta de informação fidedigna e pela ausência de profissionais especializados para orienta-los, como nutricionista ou médico.
“De acordo com o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), através da Resolução CFN nº 380/2005 e Resolução CFN nº 390/2006, compete ao nutricionista a definição da necessidade ou não do uso de suplementos nutricionais necessários à complementação da dieta. A prescrição de fitoterápicos foi regulamentada por meio da Resolução CFN nº 402/2007 para que nutricionistas, além de médicos possam prescrevê-los”
“Deve-se destacar que o profissional, nutricionista ao elaborar um plano alimentar individualizado, deverá garantir em primeira instância a obtenção das necessidades nutricionais deste público por meio da inclusão de nutrientes provenientes dos alimentos tradicionalmente obtidos do dia a dia, já que suplementos são produtos que visam complementar a alimentação e não devem, portanto, ser utilizados como substitutos de refeições ou como única fonte alimentar”.
A relação que existe entre a nutrição e a atividade física, é muito importante pois com uma nutrição adequada (ingestão equilibrada de todos os nutrientes, sejam eles carboidratos, gorduras, proteínas, minerais e vitaminas) a capacidade de rendimento do organismo é otimizada.
Portanto, antes de começar a gastar baseado em “meu parceiro me disse” procure seu nutricionista que lhe auxiliará a alcançar seus objetivos nutricionais com saúde.
Referências:
ARAÚJO, Manoella Fioretti; NAVARRO, Francisco. Consumo de suplementos nutricionais por alunos de uma academia de ginástica, Linhares, Espírito Santo. RBNE-Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 2, n. 8, 2012.
AZEVEDO, A.P. et al . Dismorfia muscular: A busca pelo corpo hiper musculoso. Motri., Vila Real , v. 8, n. 1, p. 53-66, 2012 . Disponível em http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-107X2012000100007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 14 fev. 2016.
JOST, Patrícia Andréia; POLL, Fabiana Assmann. Consumo de suplementos alimentares entre praticantes de atividade física em academias de Santa Cruz do Sul – RS. Cinergis, v.15, n. 1, p.10-17, 2014.
MENON, Daiane; SANTOS, Jacqueline Schaurich dos. Consumo de proteína por praticantes de musculação que objetivam hipertrofia muscular. Rev Bras Med Esporte, São Paulo , v. 18, n. 1, p. 8-12, Feb. 2012 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922012000100001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 13 Fev. 2016.
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